Crimes sem Castigo
O crime compensa.
A Chris Wilton, emigrante irlandês e professor de ténis num clube da ‘High Society’ londrina, a vida não poderia ter corrido melhor.
Foi compensado por ter lido “Crime e Castigo” de Dostoievsky, por gostar de ópera e ser um camaleãozinho versátil, deslumbrado com determinado nível de vida.
Foi compensado com uma casa de campo, onde teve acesso às caçadeiras e carabinas, um sogro patrão que lhe pagou formação, lhe ofereceu um emprego com direito a secretária e a gabinete, e ainda, uma mulherzinha ansiosa por engravidar e dar continuidade à humanidade.
Foi compensado com a bombástica namorada do cunhado (Scarlett Johansson). Usufruiu bastante, mastigou o que teve na vontade e não se dando por contente por deitar fora, apenas, atirou-a ao rio (metaforicamente). A sua sorte foi ter falhado o serviço. E a aliança ter ficado do lado de cá. Este simples acaso da sorte fê-lo vencer no mundo do crime.
Woody Allen, realizador e argumentista, que inventou a personagem Chris Wilton também foi compensado com um divórcio, quando Mia Farrow descobriu ‘polaroids’ da sua filha adoptada Soon-Yi Previn no fogão de sala da casa de Woody. Aparte: Não teria mais nenhum sítio para as enfiar? Ou estaria mesmo, mesmo a pedi-las?
O realizador mais neurótico da indústria cinematográfica norte-americana foi ilibado de todas acusações, imputadas por Farrow.
Foi compensado por ter lido “Crime e Castigo” de Dostoievsky, por gostar de ópera e ser um camaleãozinho versátil, deslumbrado com determinado nível de vida.
Foi compensado com uma casa de campo, onde teve acesso às caçadeiras e carabinas, um sogro patrão que lhe pagou formação, lhe ofereceu um emprego com direito a secretária e a gabinete, e ainda, uma mulherzinha ansiosa por engravidar e dar continuidade à humanidade.
Foi compensado com a bombástica namorada do cunhado (Scarlett Johansson). Usufruiu bastante, mastigou o que teve na vontade e não se dando por contente por deitar fora, apenas, atirou-a ao rio (metaforicamente). A sua sorte foi ter falhado o serviço. E a aliança ter ficado do lado de cá. Este simples acaso da sorte fê-lo vencer no mundo do crime.
Woody Allen, realizador e argumentista, que inventou a personagem Chris Wilton também foi compensado com um divórcio, quando Mia Farrow descobriu ‘polaroids’ da sua filha adoptada Soon-Yi Previn no fogão de sala da casa de Woody. Aparte: Não teria mais nenhum sítio para as enfiar? Ou estaria mesmo, mesmo a pedi-las?
O realizador mais neurótico da indústria cinematográfica norte-americana foi ilibado de todas acusações, imputadas por Farrow.
Em tribunal não se conseguiu provar se o senhor Allen teria sido também excessivamente carinhoso com o filho adoptado de ambos Dylan. Apesar de ter sido proibido de ver e estar com as crianças, a não ser com a presença de um outro adulto.
Alheio a estas tricas, “absolutamente” menores o realizador narigudo de “Os dias da Rádio” ou “Poderosa Afrodite” casou-se em Veneza, na cidade das gôndolas com a coreana, até então sua enteada e apesar dos rios de tinta que correram sobre o assunto ninguém o ostracizou pela sua tenra escolha.
Passando rapidamente da indústria cinematográfica para a novela lusa da vida real podemos ver que as fátimas, os isaltinos e os valentins da vida foram aclamados pelo povo (que é quem mais ordena, mas o Zeca Afonso ficaria com certeza desiludido depois de tanta luta).
A corrupção venceu nas Autárquicas de Outubro passado, por isso será melhor repensar que valores é que iremos incutir aos adultos do futuro. Hão-de ensinar-me a educar uma criancinha de maneira que esta depois não me chegue a casa toda borrada aos berros: “Mãe por favor ensina-me a não ser um Tótó!!”
Começo a temer que corrupção, um dia destes, passe a ser sinónimo de audácia e coragem. É que os porcos, feios e maus são eleitos, reeleitos, elogiados, convidados para integrarem painéis televisivos, chás de caridade e de repente, não é que estes pobres diabos pensam que são a Madre Teresa de Calcutá?
Não há fralda que aguente uma coisa desta!!!!
Quando não dirigem jornais, dirigem revistas, quando já não têm as revistas, passam apresentar programas de televisão. Colocam a voz, exercitam o diafragma e é vê-los a fingirem que são bonzinhos, humanos e afáveis. Dão-me uns nervos, que devo passar por invejosa e despeitada. Mas quem não os conhecer que os compre e que os admita.
Eu ainda muito casmurra, muito idealista, nos meus trinta e pouco evito filiar-me em partidos políticos, deixar-me deslumbrar por Jetset, Jetleg e Jetcabra (este último vocábulo acabo de o inventar). É que estes olhinhos que a terra há-de devorar já viram muita menina Festa do Avante, esquecer a côr política e respectivo materialismo histórico e tornar-se numa sanguessuga dos pressupostos da Bobone. Depois eu é que sou uma grande cagona...
Mas nem oito, nem oitenta. Ora como ser esquerdalha ou direitalha implica na mesma dose uma série de maleitas, sou estruturalmente apolítica. E quando os vejo aos pseudo intelectuais darem-se às borlas como sete cães a um osso, juro que prefiro a pobreza franciscana, porque por mais que batam no ceguinho, algumas máximas bíblicas são mais actuais que a própria actualidade.
Gosto da sinceridade do Santo Agostinho: “faz o que digo, não faças o que faço”. Não é que o raio do santo tinha consciência?
Alheio a estas tricas, “absolutamente” menores o realizador narigudo de “Os dias da Rádio” ou “Poderosa Afrodite” casou-se em Veneza, na cidade das gôndolas com a coreana, até então sua enteada e apesar dos rios de tinta que correram sobre o assunto ninguém o ostracizou pela sua tenra escolha.
Passando rapidamente da indústria cinematográfica para a novela lusa da vida real podemos ver que as fátimas, os isaltinos e os valentins da vida foram aclamados pelo povo (que é quem mais ordena, mas o Zeca Afonso ficaria com certeza desiludido depois de tanta luta).
A corrupção venceu nas Autárquicas de Outubro passado, por isso será melhor repensar que valores é que iremos incutir aos adultos do futuro. Hão-de ensinar-me a educar uma criancinha de maneira que esta depois não me chegue a casa toda borrada aos berros: “Mãe por favor ensina-me a não ser um Tótó!!”
Começo a temer que corrupção, um dia destes, passe a ser sinónimo de audácia e coragem. É que os porcos, feios e maus são eleitos, reeleitos, elogiados, convidados para integrarem painéis televisivos, chás de caridade e de repente, não é que estes pobres diabos pensam que são a Madre Teresa de Calcutá?
Não há fralda que aguente uma coisa desta!!!!
Quando não dirigem jornais, dirigem revistas, quando já não têm as revistas, passam apresentar programas de televisão. Colocam a voz, exercitam o diafragma e é vê-los a fingirem que são bonzinhos, humanos e afáveis. Dão-me uns nervos, que devo passar por invejosa e despeitada. Mas quem não os conhecer que os compre e que os admita.
Eu ainda muito casmurra, muito idealista, nos meus trinta e pouco evito filiar-me em partidos políticos, deixar-me deslumbrar por Jetset, Jetleg e Jetcabra (este último vocábulo acabo de o inventar). É que estes olhinhos que a terra há-de devorar já viram muita menina Festa do Avante, esquecer a côr política e respectivo materialismo histórico e tornar-se numa sanguessuga dos pressupostos da Bobone. Depois eu é que sou uma grande cagona...
Mas nem oito, nem oitenta. Ora como ser esquerdalha ou direitalha implica na mesma dose uma série de maleitas, sou estruturalmente apolítica. E quando os vejo aos pseudo intelectuais darem-se às borlas como sete cães a um osso, juro que prefiro a pobreza franciscana, porque por mais que batam no ceguinho, algumas máximas bíblicas são mais actuais que a própria actualidade.
Gosto da sinceridade do Santo Agostinho: “faz o que digo, não faças o que faço”. Não é que o raio do santo tinha consciência?
Quanto a mim ex “carmelita descalça” podem comer-me viva, como os chineses fazem aos macacos, mas se faz favor não me atirem areia para os olhos. Faz doer que se farta e nem sequer me resolverá os problemas. Que são de estrutura também!