Ilusionismo
É difícil ficar aqui à espera que as letras formem palavras e que estas saiam de rompante para o guardanapo, teclado ou papel. Quando foi facilmente doentio não lhe dei importância, agora que não escorre simplesmente, sinto-me muda e esta mudez dá cabo do mundo interior que insisti em criar para viver nos últimos 20 anos abraçada à loucura latente. Dantes não era nada fácil ser cãozinho de circo, agora tem um glamour do raio, mas quem mais se presta a pôr-se em duas patas?
Só mesmo o homem, a mulher e o resto dos macacos do planeta.
A minha vida não é a minha vida. Não fui e não vim com X, Y e Z. Limitei-me a imaginá-los ou quando os tive varri-os como cacos partidos para debaixo do tapete e má espezinhei-os bem. A todos. Depois sorri ao espelho e disse:
- Ah! A mim ninguém me apanha!
Sou uma personagem de cabelo encarnado ao colo de um velho sem dentes que insiste em fazer-me, sem maldade, festinhas nas minhas mãos pretas de esgravatar na terra. À medida que vou escrevendo, vejo que não sou eu que me possuo, mas sim um ser errante que se apodera dos meus dedos e escreve que nem um louco só porque não está pelos ajustes de me ajudar a fazer os trabalhos de casa. Sempre foi assim, sempre que há prazos para cumprir ele domina a minha vontade. E tal e qual como no grande écran vejo pessoas reais a passar e transformo-as em fantoches para que não se revejam neste circo diabólico que pratico de vem em quando. Transformo comunistas em pombinhas da paz e beneméritos em capitalistas interesseiros. Desinteresso-me e chego à conclusão que odeio papelotes. Depois como diz a minha mãe todos têm a sua vaidade....
Só mesmo o homem, a mulher e o resto dos macacos do planeta.
A minha vida não é a minha vida. Não fui e não vim com X, Y e Z. Limitei-me a imaginá-los ou quando os tive varri-os como cacos partidos para debaixo do tapete e má espezinhei-os bem. A todos. Depois sorri ao espelho e disse:
- Ah! A mim ninguém me apanha!
Sou uma personagem de cabelo encarnado ao colo de um velho sem dentes que insiste em fazer-me, sem maldade, festinhas nas minhas mãos pretas de esgravatar na terra. À medida que vou escrevendo, vejo que não sou eu que me possuo, mas sim um ser errante que se apodera dos meus dedos e escreve que nem um louco só porque não está pelos ajustes de me ajudar a fazer os trabalhos de casa. Sempre foi assim, sempre que há prazos para cumprir ele domina a minha vontade. E tal e qual como no grande écran vejo pessoas reais a passar e transformo-as em fantoches para que não se revejam neste circo diabólico que pratico de vem em quando. Transformo comunistas em pombinhas da paz e beneméritos em capitalistas interesseiros. Desinteresso-me e chego à conclusão que odeio papelotes. Depois como diz a minha mãe todos têm a sua vaidade....