segunda-feira, dezembro 17, 2012

Remendar os erros

Já escrevi o filho
Pari a árvore
Falta-me plantar o livro.
Para todos vós que se perguntavam se não me tinha tornado uma parideira. Tornei-me sim. O bom da vida é sabermos que nos podemos enganar e remendar o erro.
Afinal contra tudo o que estava vaticinado no mapa astral... nasci para tê-los e comê-los.
Com beijos.

terça-feira, agosto 02, 2011

desabafo sobre o milagre da vida!

Desculpem-me os puristas da humanidade, mas nunca hei-de ser exclusivamente uma parideira! Há mais mundo. Digo eu inocentemente. Daqui a uns meses falamos boa?

quinta-feira, julho 08, 2010

Nem nos outros


O instinto de sobrevivência fez-me fechar a matraca.
O circo também não é nada inspirador. Muitos "macaqueamentos", diria o mestre Júlio Pomar.

Comi demais a T.V.
Ouvi demasiadas conversas sem interesse.
Fui cínica.
Fui hipócrita.
Sorri convenientemente.
Fui fraca.
Fui muda.
Até cega.
Poucas vezes surda.

Sonho ser daquelas velhas como a Barbara Cartland escrever muitos romances eróticos, vomitar estas histórias todas que ouvi. Injectar-lhes a graça que não tinham.

Sonho não ser como a Barbara Cartland, não tenho perfil para ser a avozinha madrasta da princesa do povo morta. Nem para ter caniches cheios de laços e não saber onde acaba o caniche e começa o meu corpo.

Não sei se chego a velha. Por isso é melhor dar corda aos sapatos. Ensaiar antes da festa, não venham os cancros, as algálias, o reumático e a rabugice.
A vida nem sempre é promissora, além disso não se deve confiar nem na virgem, nem nos outros.

Ai que bom estar de volta!

quinta-feira, agosto 20, 2009

à bruta

Não quis que Beltrana me lesse. Tive vergonha. Isto era tudo um mundo só meu e ela ali a atazanar-me a vida. Aquela vida que vive entre as linhas de silêncio dos livros e que nao existe nunca nos artigos que escrevemos para ganhar sustento. Beltrano cortou-me a língua, Beltrana anuiu. O Escritor deu-me as palavras todas e ordenou que falasse sem ser em voz de falsete. Eu não saberia dizê-lo melhor. Nunca. Quis voltar aqui mesmo que não preste para Cicrano, para Beltrana ou para Cyrano de Bergerac. Um volvo das entranhas. As minhas palavras são estas...ladro em cima de coisas várias, quero ganir e o eco devolve-me o grito. São demasiadas palavras e eu estou tão no limiar do dicionário. Eles tão eloquentes. Os gatos com as suas garras, e de repente é noite cerrada e ninguém deu por nada.
Na rua vazia de estímulos.
Lá havia um livro cheio de perguntas.
Díficil à bruta.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Vou

Vou contar-te uma história. Talvez não chegue a contar mas gostava. São sempre macabras ou muito comezinhas. Não há meio-termo. Depois os dias no meu quotidiano empurram-me para cenas mesquinhas de cacaracá e eu não tenho tempo. Não tenho tempo de fazer aquilo que mais gosto. A cena mais individual da vida. Aquela que é difícil que te expõe, que ficas transparente, nu com as entranhas de fora. E depois se ninguém gosta?
Se achar que sou má, não faço puto.
Desculpas esfarrapadas dir-me-ão. Eu baixo a cabeça e faço uma vénia, conveniente.
Há uns dias estava a ler um livro realmente mau, e disse para os meus botões, vou lá voltar, para um chichizinho neste canteiro do mundo.
Ninguém dá por mim. A vida em directo é isto, podes sempre mudar de página. Se achares que estou a ser crua e amarga, há montes de páginas cheias de ursinhos de peluche de olhos tortos, mensagens com dizeres amorosos a três dimensões. Acho isso tudo muito ridículo, feio até. Mas por detrás deste muralhão da China empedernido gosto tanto de xi corações.
E mato-te, ou morro por ti?
A greve de fome fez-me ficar esperta, eu que gosto tanto de cañas e tapas, contento-me com migalhas rançosas do dia anterior. Um drama de faca e alguidar. Ou isso, ou enveredo pelas buganvílias da janela da minha infância, com famílias inteiras de passarinhos a chilrear pela manhã. Lembro-me daqueles sábados preguiçosos em que não sabia ainda o que era passar a manhã inteira na cama. Acordava às cinco da manhã e punha-me a ler Enid Blyton debaixo de uma lâmpada a meio gás que me fez ficar ainda mais pitosga.
Isto de acharmos que enquanto crianças é que éramos promissores é um bocado de vómito. Mas não vou seguir regras só para ficar bonitinho, para ser politicamente correcta. Se calhar vou voltar aqui mais vezes em vez de rasgar os papelitos e enfiar tudo timidamente nos confins da gaveta, afinal podes sempre dizer em última instância que eu não presto para nada. E mesmo assim meto prego a fundo e vou por aí na mesma. A vida lá fora aguarda-nos!

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Pardos


Leopoldo e Xavier eram os nomes que daria aos meus gatos.
Se os tivesse.
Pensei nisso ontem à noite.
Pensei também se não os tenho, vou inventá-los.
Tenho dois gatos pardos,
Um Leopoldo
E outro Xavier.

quarta-feira, novembro 05, 2008

A onda



Que as ondas lhe sejam favoráveis